O plano para derrubar a lei da Ficha Limpa
Avança a articulação política e jurídica para derrubar a lei da Ficha Limpa - ou, ao menos, diminuir severamente o alcance dela. Ontem (sábado), o ministro Kassio Nunes Marques restringiu, sem consultar seus colegas no Supremo, a aplicação da lei.
Ministros como Dias Toffoli e Gilmar Mendes, com apoio do centrão e de advogados ligados a esses partidos, querem mudar há anos o entendimento do Supremo sobre a Ficha Limpa. A entrada de Kassio na corte aumentou a força desse grupo.
Embora estejam mais fortes, os responsáveis pela estratégia de manietar a Ficha Limpa reconhecem que ainda não dispõem de maioria no Supremo para promover a principal mudança desejada.
Eis a restrição planejada: diminuir o alcance da Ficha Limpa para os casos em que os políticos já tenha sido condenados com trânsito em julgado. Hoje, a lei inclui decisões de colegiados. Foi isso, por exemplo, que impediu a candidatura de Lula em 2018.
Com a queda no Supremo da execução provisória da sentença após decisão de segunda instância, o grupo avalia que se abriu o caminho jurídico para aprovar essa restrição.
O argumento é simples. A decisão de rever a posição do Supremo sobre a segunda instância ancorou-se, sobretudo, no princípio da presunção de inocência. Se a presunção de inocência não permite que um réu ou condenado possa sofrer os efeitos da pena antes do trânsito em julgado, a mesma presunção de inocência deve valer para a preservação dos direitos políticos daqueles que, mesmo condenados por um colegiado, ainda não tiveram todos os seus recursos esgotados.
Lembre-se de que são os direitos políticos que permitem a uma pessoa se candidatar a um cargo eletivo. E direitos políticos são considerados direitos fundamentais.
Como é difícil assegurar uma articulação exitosa no Supremo, esse grupo, com Ciro Nogueira à frente e uma ampla coalização de partidos por trás, pretende promover essa mudança no Congresso, ainda em 2021 - no mais tardar, no começo de 2022. De qualquer modo, a estratégia é aprovar a mudança de maneira que as novas regras valham para as eleições de 2022.
Caso eles consigam aprovar essa restrição no Congresso, os ministros alinhados a esse pensamento já avisaram aos parlamentares que o Supremo não deve derrubar a nova lei.
Investigação sobre golpe mostra fragilidade do sistema de validação de linhas telefônicas
Leia MaisEx-vice-presidente da Caixa é demitido do serviço público por justa causa por assédio sexual e moral
Leia MaisEm ação antitruste, Departamento de Justiça dos EUA quer que empresa venda o navegador Chrome
Leia MaisGoverno de Alagoas abate quase metade da dívida da usina falida e procuradores levam comissão de 20%
Leia MaisEm nova ação contra a Lava Jato, Toffoli retira sigilo de caso de gravação de conversas do doleiro
Leia MaisProcuradores da PGFN mudam postura e estendem prazo para análise de desconto em dívida da Laginha
Leia MaisBradesco exige votação que respeite a ordem dos credores na assembleia de credores da Laginha
Leia MaisProcuradores dos EUA avançam criminalmente contra bilionário amigo de Modi após ataque da Hindenburg
Leia MaisConselho Nacional de Justiça aposentou desembargadora envolvida em venda de sentenças
Leia MaisInvestigações tentam encontrar laços de militares que queriam matar Lula com o 8 de janeiro
Leia MaisMilitares e um agente da PF presos queriam matar Lula e Alckmin; Moraes também era alvo do grupo
Leia MaisO mês que marcaria os últimos dias do governo Bolsonaro foi o escolhido para o golpe, segundo a PF
Leia MaisOperação da PF assusta por mostrar que, sob Bolsonaro, militares podem matar adversários políticos
Leia MaisInvestigação da PF mostra que general próximo a Bolsonaro elaborou plano para matar Lula e Alckmin
Leia MaisSenacon tenta limitar publicidade de bets, mas falha ao detalhar eventuais punições.
Leia Mais