O nome é Kassio
A disputa pelas duas vagas abertas no Superior Tribunal de Justiça já tem um vencedor: Kassio. O ministro do Supremo conquista cada vez mais apoio no STJ. E exibe prestígio junto aos advogados, juízes e procuradores que desejam ocupar cargos relevantes na cúpula do Judiciário. É grande a fila para tomar um café com o ministro.
Amanhã (quarta), após meses de atraso, os ministros do STJ escolherão os quatro candidatos que serão enviados na lista a Jair Bolsonaro. Dois deles serão nomeados pelo presidente à corte. Às vésperas de uma eleição tão aguardada, uma palavrinha com Kassio vale ouro.
Kassio detém influência nos dois momentos decisivos: na formação da lista (no STJ) e na escolha da lista (no Planalto). O ministro tem boa interlocução com a maioria dos grupos que articulam candidaturas. Seu diálogo é especialmente forte no TRF1, de onde é egresso.
A participação de Kassio se torna fundamental pelas particularidades da lista a ser votada amanhã. As duas vagas pertencem aos desembargadores dos Tribunais Regionais Federais, que são divididos por regiões. E alguns dos candidatos mais competitivos estão no TRF1: Carlos Augusto Brandão, Ney Bello e Daniele Maranhão.
Quando foi nomeado por Bolsonaro ao Supremo, Kassio, na verdade, disputava uma vaga no STJ. Foi uma surpresa para todos - inclusive para o ministro. O principal adversário de Kassio no STJ era Ney Bello, seu colega de TRF1. Ney é aliado antigo do ministro Gilmar Mendes.
A amigos, Kassio reclama, e não é de hoje, que Ney Bello jogou e joga pesado. Que, por meio de aliados de confiança, tenta minar a credibilidade dos concorrentes, em vez de vender suas virtudes. Ao contrário do que alguns amigos de Ney dizem reservadamente, Kassio não perdoa o desembargador.
É por essa, entre outras razões, que Kassio apoia o nome de Brandão ao STJ. Ou seja, mais para aumentar as chances de fracasso de Ney Bello do que para assegurar a vitória de Brandão. Este é conterrâneo de Kassio e presidente do TRF1. O êxito de Brandão fortaleceria Kassio regionalmente.
Kassio também simpatiza com sua ex-colega Daniele Maranhão. Ela conta com João Otávio de Noronha, mas não só, como um de seus fiadores. E Noronha prometeu a aliados que emplacará um nome nessa lista. Quem conhece o STJ sabe que não se pode subestimar Noronha.
Ney Bello é candidato ao STJ há bastante tempo e, se houvesse uma cláusula de escolha por número de tentativas e antiguidade, levaria fácil. O apoio de Gilmar, entre outros fatores, o credencia a ser bem votado e, provavelmente, integrar a lista de quatro nomes.
Mas, numa eleição tão movimentada como a de amanhã, nada é certo - com exceção, talvez, da escolha do desembargador do TRF3 Paulo Sérgio Domingues, ex-presidente da Ajufe e candidato de consenso dos paulistas, grupo liderado pelo ministro Antonio Carlos Ferreira, em ascensão na corte. (Antonio Carlos, por sinal, tem ótima relação com Kassio.)
A depender da pulverização de votos entre Brandão e Ney Bello, Daniele Maranhão, que faz uma campanha mais discreta, pode surpreender.
Se porventura a desembargadora entrar na lista, tem grande chance de ser uma das duas escolhas do presidente ao STJ. É aí que aparece o segundo momento decisivo desse processo - um momento no qual Kassio também tem peso.
Não basta ao candidato entrar na lista; é preciso convencer o presidente a nomeá-lo. Kassio apoiará Daniele ou Brandão. Mas, salvo uma recomposição, colaboraria para travar o nome de Ney Bello.
Alguns dos ministros que podem votar em Ney Bello sabem disso. E hesitam em optar pelo desembargador, apesar dos apelos de Gilmar e de alguns advogados influentes. Esse tipo de cálculo é comum entre a maioria dos ministros-eleitores: não querem gastar voto à tôa. Um voto vale muito. Escolher o candidato vencedor, ou os candidatos vencedores, fortalece quem aposta corretamente. Revela-se uma oportunidade perdida para quem erra.
Na movimentação pelos votos, alguns dos ministros também topam ajudar a montar uma lista mais fraca. Se a vaga do candidato preferido estiver assegurada, votam para que nomes percebidos como mais frágeis componham a lista. Esse segundo cálculo dificulta a projeção de votos e, consequentemente, o resultado final da formação da lista.
Alex Manente sugere rejeitar recurso que pode evitar cassação de deputado do Psol
Leia MaisFlávio Dino pede que governo e Congresso prestem informações sobre sistema de controle de emendas
Leia MaisPartido disputa com Garotinho vaga de vice do prefeito, candidato ao governo do Rio em 2026
Leia MaisCondenado por corrupção em caso da Lava Jato, ex-presidente é detido pela Polícia Federal
Leia MaisMesa Diretora da Câmara cassa o mandato de Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar Marielle Franco
Leia MaisAlexandre de Moraes determina prisão imediata de ex-presidente, após rejeitar último recurso
Leia MaisZanin prorroga afastamento de desembargadores do TJMS investigados por venda de decisões
Leia MaisCom delação de operador de Zé Dirceu, Renato Duque é condenado por receber propina na Petrobras
Leia MaisEmpresa diz que houve acesso não autorizado a uma base de dados, mas nenhuma operação foi feita
Leia MaisBoletim médico diz que estado de saúde regrediu e Jair Bolsonaro vai passar por mais exames
Leia MaisMinistra tenta emplacar aliada como substituta de Cida Gonçalves no Ministério das Mulheres
Leia MaisTCU não quer investigar envolvidos na compra de respiradores pelo Consórcio do Nordeste na pandemia
Leia MaisLula aceita indicação do presidente do Senado para o comando do Ministério das Comunicações
Leia MaisBanqueiros são alvos da Justiça, suspeitos de desaparecer com recursos de clientes em paraíso fiscal
Leia MaisPF afasta presidente do INSS por suspeita fraude em descontos de benefícios previdenciários
Leia Mais