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Um cabo eleitoral na Secom

Samuel Nunes
Publicada em 25/07/2024 às 06:00
Antes de atuar na Secom, Bruno Galan trabalhou na EBC Foto: Reprodução/LinkedIn

Um funcionário da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Lula é investigado pela Justiça Eleitoral de Araraquara, no interior de São Paulo, por propaganda eleitoral antecipada. Bruno Monteiro Galan, assessor no Departamento de Canais Digitais da Secretaria de Estratégias e Redes, é apontado como criador de um perfil anônimo no Instagram que ridiculariza o candidato do PL a prefeito da cidade, Doutor Lapena. Documentos do Facebook e do Google confirmam ser ele o criador da conta.

Em tom irônico, o perfil postava críticas ao candidato Luís Cláudio Lapena Barreto, conhecido como Doutor Lapena. Nas publicações anexadas ao processo, o político é chamado de "Doutor Dapena". A representação do PL pede à Justiça que o autor do perfil seja acusado de propaganda eleitoral antecipada.

Além de trabalhar na Secom do governo petista, as postagens no perfil mantido por Galan coincidem com interesses do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, do PT, amigo e um dos responsáveis pela comunicação da campanha do presidente Lula em 2022. Silva foi ministro da Secom no governo Dilma Rousseff e é cotado para voltar ao cargo. De saída de seu segundo mandato, ele tenta emplacar a ex-secretária de Saúde Eliana Honain como sua sucessora.

A denúncia apresentada pelo PL pedia inicialmente à Justiça Eleitoral a identificação do dono de um perfil chamado "ráquerdeararaquara", no Instagram. O nome faz referência a Walter Delgatti Neto, que invadiu celulares de membros da força-tarefa da Lava Jato e depois foi usado pela deputada Carla Zambelli (PL) para tentar invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral.

O nome de Galan surgiu quando o Facebook encaminhou à Justiça Eleitoral a identificação do usuário da página, em que consta um e-mail que indicava ser do funcionário da Secom. A propriedade desse e-mail foi confirmada pelo Google, pois se trata de uma conta no Gmail.

Na rede social Behance, muito usada por profissionais de audiovisual para a apresentação de portfólios, há vídeos produzidos por ele para a campanha de Lula à Presidência da República. Os vídeos foram publicados em outras redes sociais, como o TikTok.

Até o momento, não há no processo indícios de que Galan tenha usado a infraestrutura da Secom para fazer as postagens, nem de que ele atuaria com consentimento ou por ordem de algum superior na pasta. Segundo a investigação, a rede de internet usada nas postagens está em nome de Cecília Azevedo e Azeredo, esposa de Galan. Em bases de dados públicas, ela consta como sócia do marido, em uma produtora audiovisual que já teve as atividades encerradas. Recentemente, ela também se tornou alvo da investigação.

Galan foi nomeado para o cargo em maio deste ano. Antes, ocupou o posto de gerente de Serviços de Arte e Criação, na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal vinculada à Secom. Nas redes sociais, ele afirma ter formação em Cinema, TV e Vídeo e tem registro profissional como editor de vídeo. Antes do governo, atuou em empresas de comunicação, como RedeTV! e Editora Abril.

Bastidor procurou a Secom, que não se posicionou sobre a atitude de Galan. Ele também foi procurado por e-mail, mas não retornou até a última atualização desta reportagem.

Recentemente, o jornal O Estado de S.Paulo publicou uma série de reportagens mostrando que funcionários da Secom se reúnem com frequência com membros do PT para definir as estratégias de comunicação do governo nas redes sociais.

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