Prates balança

Alisson Matos
Publicada em 11/03/2024 às 15:00
Prates queria pagar os dividendos extraordinários da empresa; Lula foi contra Foto: Ricardo Stuckert/Divulgaçao

Nas últimas semanas, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, teve o cargo ameaçado em um nível que ainda não havia ocorrido no governo Lula. A posição do executivo sobre a distribuição dos dividendos extraordinários aumentou ainda mais a pressão do governo contra o petista.

Uma fonte disse ao Bastidor que Prates “balançou no cargo” antes do anúncio de não pagamento dos dividendos extras. O executivo tem um encontro nesta segunda-feira (11), com o presidente Lula no Palácio do Planalto. Embora a demissão não seja descartada, uma eventual saída tem mais chances de ocorrer em caso de renúncia, segundo a mesma fonte.

Prates era favorável a uma distribuição maior de dividendos, como chegou a anunciar ao mercado, mas foi desautorizado. Lula e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, trabalharam para que os conselheiros ligados ao governo votassem contra.

Na sexta-feira (8), com a decisão da Petrobras de pagar dividendos menores, as ações chegaram a cair 13% e o seu valor de mercado caiu 55,3 bilhões de reais.

Mudar a remuneração de dividendos é uma obsessão de Lula desde o início de seu terceiro mandato. O presidente defende que parte do dinheiro deveria ser usado em novos investimentos da petroleira. Lula ficou irritado com a distribuição anterior dos recursos.

As críticas do presidente contrariam, como já mostrou o Bastidor, relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) que diz que a remuneração não só seguiu “os requisitos legais e os normativos e parâmetros internos” e não comprometeu a sustentabilidade financeira da empresa.

Prates também passou a ser questionado por representantes de petroleiros que têm influência na direção da empresa. A Anapetro (Associação Nacional dos petroleiros e acionistas minoritários) divulgou uma nota nesta segunda em que pede "um giro, ainda que gradual, na sua política de distribuição de dividendos". O texto vai ao encontro do discurso de Lula e do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia).

"É imperativo que, dentro dos limites impostos pelo mercado à estatal, ela busque uma valorização de seus papéis calcada em uma política de longo prazo, que considere sua importância no desenvolvimento econômico, social, tecnológico e ambiental do país", diz a nota.

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