Ometto não resiste

Diego Escosteguy
Publicada em 11/06/2024 às 06:00
Foto: Alan Santos/PR

Rubens Ometto voltou a pressionar acionistas da Vale para influenciar na sucessão do CEO Eduardo Bartolomeo, segundo fontes a par das tratativas. Bartolomeo fica no cargo até o final do ano.

Nas conversas, o empresário defendeu dois nomes: o ex-presidente da Cosan Luiz Henrique Guimarães e Gustavo Pimenta, atual CFO da mineradora.

Alguns acionistas ficaram surpresos - e incomodados - com a retomada do nome de Luiz Henrique Guimarães. Eles avaliam que o aliado de Ometto teria um claro conflito de interesse se assumisse o cargo, diante de negócios entre o empresário e a própria Vale. Entendia-se, ademais, que o nome de Guimarães não seria mais apresentado.

Nas novas negociações, Guimarães seria a principal opção de Ometto. Caso não seja possível emplacá-lo, o plano B seria Gustavo Pimenta.

As movimentações de Ometto chamaram a atenção de integrantes do conselho da empresa. Afinal, uma empresa internacional foi contratada para assessorar na escolha do novo presidente da mineradora.

A contratação da empresa pôs fim à guerra que dominou a Vale no primeiro trimestre deste ano. Ao concordar com uma escolha técnica, em tese ancorada em boa governança corporativa, Ometto, o governo e os demais acionistas selavam uma trégua.

As articulações recentes de Ometto e de seus aliados ameaçam romper essa concórdia frágil. Os acionistas desejam alguém com capacidade de conversar bem com Brasília e com os estados onde a Vale atua. É isso que, segundo eles, sempre faltou a Bartolomeo. Os nomes de Ometto, na visão deles, não têm essa capacidade de interlocução.

As críticas públicas recentes do empresário ao governo de Lula devem dificultar seus planos na Vale, segundo uma fonte que ocupa uma cadeira no conselho de administração da mineradora. Ometto disse que a gestão petista quer taxar tudo. “Como a gente vai melhorar o nosso país se a autoridade máxima faz tudo para não obedecer às leis?”, indagou em evento do grupo Esfera. A declaração não caiu bem no Palácio do Planalto.

Os conselheiros da Vale já se preparam para uma nova crise em torno da sucessão de Bartolomeo. Dessa vez, porém, Ometto parece ter menos força para fazer valer suas vontades - o que não significa que não tenha tamanho para causar estragos na mineradora, caso opte pela guerra contra o governo e os fundos que têm assento no conselho da Vale.

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