O governo de olho na CNI

O empresário Ricardo Alban assume nesta terça-feira (31) a presidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI) pelos próximos quatro anos. Ele substitui Robson Andrade, que ficou no cargo por mais de uma década.

Baiano, Alban também comanda a Federação das Indústrias do estado (Fieb) e tem boa relação com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), e com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Antes mesmo de assumir, Alban foi elogiado publicamente por Lula, que o chamou de “um cara bom”.

“O Rui já me falou: ‘Lula, ele é um homem de conversa, é um homem que pode sentar na mesa e discutir’”, declarou Lula em evento em Salvador em maio.

A posse de Alban, diz um petista ao Bastidor, é um mais um passo na tentativa de reaproximar Lula e o PT de um setor que se tornou refratário ao presidente e ao seu partido nos últimos anos. O mesmo ocorreu na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), com a eleição de Josué Alencar.

O petista lembrou que, em 2018, nenhum nome do partido participou de uma sabatina da CNI com pré-candidatos à presidência. Lula estava preso e Fernando Haddad ainda não havia sido oficializado como candidato. O hoje ministro da Fazenda, que era coordenador da campanha, já havia representado Lula em alguns eventos.

Em 2022, Lula foi convidado, mas não compareceu. Com uma plateia de 1200 empresários, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi aplaudido de pé no evento. Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) também participaram.

A posse de Alban, que acontece em Brasília, contará com a presença de deputados, senadores, ministros e do vice-presidente Geraldo Alckmin.