O golpe ficou para mais tarde
O 7 de Setembro teve um resultado excepcional para a campanha do presidente Jair Bolsonaro. Foi uma demonstração de força capaz de reanimar seus eleitores e aliados para as semanas que restam. Por outro lado, foi uma demonstração de isolamento político, de imposição de limite. Bolsonaro não terá apoio para seu plano de contestar uma eventual derrota.
A ausência dos representantes dos dois outros Poderes, Legislativo e Judiciário – o presidente da Câmara, Arthur Lira, o do Senado, Rodrigo Pacheco, e do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux – é um sinal desse limite.
Nenhum presidente foi tão explicitamente rejeitado, inclusive por um aliado como Lira. Nenhum palanque de autoridades foi tão esvaziado num 7 de Setembro. O recado é: não haverá apoio ou tolerância se Bolsonaro tentar um golpe de mau perdedor.
Como estratégia eleitoral, Bolsonaro teve sucesso. Transformou uma solenidade de Estado no maior comício de sua campanha. Reuniu multidões significativas em Brasília e no Rio. Mostrou força e reanimou seus seguidores mais fiéis para as três últimas semanas de campanha.
Bolsonaro precisava disso: em segundo lugar há meses, corria o risco de perder eleitores para o clima de “já perdeu”. Os políticos aliados já desanimaram de fazer campanha para ele. O 7 de Setembro dará um novo fôlego à sua campanha.
Bolsonaro conseguiu também as imagens que queria para contestar as pesquisas eleitorais e vender a seus seguidores a fantasia de que lidera a disputa. Usará isso para contestar o resultado da eleição, caso seja derrotado.
O 7 de Setembro tem um caráter intimidatório. Bolsonaro mostra quem está a seu lado, além dos militares, e que não vai aceitar o resultado, como os candidatos fazem numa democracia. Procura compensar a desvantagem pelo medo.
Bolsonaro reuniu militares e eleitores para as câmeras, mas políticos e outras instituições preferiram distância. Bolsonaro terá de vencer no voto. Se tentar outro caminho, não só não terá apoio político, como terá oposição institucional. Ele se prepara para as duas alternativas. O impasse se manterá até o fim.
Dona do WhatsApp é punida por Justiça mineira devido a vazamento de dados de usuários
Leia MaisMinistro Dias Toffoli dá chance ao governo de negociar ressarcimento aos aposentados roubados
Leia MaisMoraes autoriza acareação entre Mauro Cid e Braga Netto sobre episódio de entrega de dinheiro
Leia MaisPonto final na 'Abin paralela'
PF conclui inquérito sobre uso da agência em prol do governo Bolsonaro e entrega ao Supremo
Leia MaisDisputa pela presidência do partido vai além de posições ideológicas; principal ponto é a tesouraria
Leia MaisCorretora obtém liminar para barrar publicação de conteúdo contra um de seus produtos
Leia MaisRede de varejo consegue abater 500 milhões de reais em dívida de 865 milhões de reais com União
Leia MaisAlcolumbre diz a Lula qual o preço do apoio do Congresso ao governo: as cabeças de Rui e Haddad
Leia MaisMPF pede que Justiça Federal suspenda oferta de blocos petrolíferos da foz do rio Amazonas
Leia MaisPesquisa encomendada pela Secom mostra que crise do INSS e segurança são os problemas de Lula
Leia MaisMinistro dá 24h para Meta fornecer dados de perfil que Mauro Cid pode ter usado no Instagram
Leia MaisTCU barra concorrência de R$ 353 milhões no Banco do Nordeste por risco de favorecimento
Leia MaisPSDB e Podemos desistem da fusão por divergências na direção do novo partido que seria criado
Leia MaisViagem de família para os EUA no fim de maio e movimento de Machado alertaram PF sobre possível fuga
Leia MaisMPF entra ação civil pública contra projeto de extração de madeira viabilizado por Alcolumbre
Leia Mais