Lira lidera movimento do centrão para derrubar Paulo Guedes

Nonato Viegas
Publicada em 06/10/2021 às 16:23
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O aumento da pobreza, a dificuldade do mercado de gerar emprego e renda, a falta de investimentos públicos e a proximidade do período eleitoral se tornaram instrumento de pressão política pela demissão do ministro da Economia, Paulo Guedes.

A novidade, além do reforço da conjuntura econômica, está no fato de o presidente Jair Bolsonaro já não defender mais, a quem pede a cabeça do ministro, a sua permanência à frente da Economia. Antes, sempre que reclamavam de Guedes, Bolsonaro dizia que mantê-lo no cargo era fundamental para a credibilidade do governo com o mercado.

No início da semana, em um de seus encontros com aliados, o presidente apenas ficou calado, ouvindo os argumentos e, com alguns deles, como sobre a necessidade de o governo investir em obras, Bolsonaro chegou a concordar.

Por trás do desgaste de Guedes está o presidente da Câmara, Arthur Lira. Ele não pediu a Bolsonaro a cabeça do ministro. Mas apontou as dificuldades na Economia de forma sutil e, nem tão sutil, indicou que a política econômica atual apresenta riscos à reeleição do presidente.

Um mês atrás, Lira reclamou da tentativa de Guedes de articular diretamente com a oposição para aprovar a reforma do Imposto de Renda. Bolsonaro atendeu, Guedes recuou e Lira aprovou o projeto, que agora tramita no Senado.

Ainda assim, as intervenções do presidente da Câmara tendem a ser mais sutis. Lira se aproveita da influência sob parlamentares do centrão para que, eles sim, cobrem de Bolsonaro o cargo de Guedes.

O argumento é o mesmo: Guedes atrapalha o crescimento, não acredita na necessidade de investimento público, o que na opinião dos parlamentares gera emprego, e é socialmente insensível.

O presidente é constantemente lembrado dos 200 reais inicialmente oferecidos pelo ministro da Economia como auxílio emergencial.

A revelação de que Guedes tem uma offshore serviu de combustível político para aumentar a fritura do ministro. Há pouco (quarta à tarde), o plenário da Câmara aprovou, por 310 votos favoráveis, a convocação de Guedes para prestar esclarecimentos sobre o assunto à Casa. Lira, mais uma vez, endossou silenciosamente o movimento, tocado publicamente pela oposição.

Bastidor já publicou que o centrão sempre quis mais cargos do que vem sendo ofertado no primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro, que, muito em função de Guedes, vem resistindo.

O plano de Lira e do centrão é fatiar o superministério da Economia criado por Guedes.

O PL reivindica o Ministério dos Transportes, atualmente uma secretaria no Ministério da Infraestrutura, o Turismo ou Meio Ambiente. O PTB não esqueceu do Ministério do Trabalho, que está com ministro Onyx Lorenzoni.

O Republicanos, de Marcos Pereira e ligado à Universal, cobra o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que é uma secretaria do Ministério da Economia. No PP, há interesse no Planejamento - um dos candidatos à vaga é o deputado Nivaldo Albuquerque, próximo a Lira.

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