Fé, apenas de direita
Um encontro da cúpula da Igreja Presbiteriana do Brasil analisará na próxima semana uma proposta de resolução que estabelece ser incompatível a fé cristã com o marxismo e o "comunismo". O texto deixa em aberto a possibilidade de punições a membros nesta situação - ou seja, sejam de esquerda.
A proposta que vazou na internet é resultado de consultas feitas por diversos presbitérios ao Supremo Concílio, o órgão de maior poder da igreja no Brasil. O encontro onde será analisada a resolução acontecerá de 24 a 31 de julho em Cuiabá (MT).
O texto defende que membros da igreja devem ser orientados a não seguir os valores "comunistas". Em determinado trecho, afirma que a fé cristã é incompatível com o "marxismo e derivados (ideologia de gênero, transexualidade, feminismo e agenda abortista)". Em outro, diz que provas de pessoas nesta situação devem ser "apresentadas ao conselho para os devidos fins".
A Igreja Presbiteriana é próxima do governo de Jair Bolsonaro. Um de seus membros mais destacados no país é o ex-ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro. Ele deixou o cargo após denúncias de favorecimento a dois pastores (de outras denominações evangélicas) na liberação de recursos públicos. Ribeiro e os pastores foram presos pela Polícia Federal em junho, suspeitos de corrupção. Foram soltos dias depois.
A IPB é uma das denominações evangélicas há mais tempo em atividade no Brasil, os primeiros registros de fiéis datam de 1859. Desde 1936, se posiciona contra o comunismo e o marxismo, por acreditar que são contrários ao que prega a Bíblia.
A entidade apoiou os governos da ditadura militar (1964-85), a despeito de diversos membros terem sido perseguidos, presos e torturados, conforme relatórios da Comissão Nacional da Verdade.
Entre as peculiaridades em relação a outras vertentes evangélicas está a proibição de que mulheres sejam ordenadas. Em 2018, a entidade reafirmou que as mulheres só podem liderar cultos se estiverem sob a ordem dos pastores locais e em situações em que não haja alternativas. Pastoras de outras congregações são proibidas de subir ao púlpito e liderar cerimônias.
O Bastidor procurou a IPB, mas não obteve resposta.

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