Covid-19: ocupação de UTIs aumenta e acende alerta para os estados
A taxa de ocupação de leitos de UTI dedicados ao tratamento de covid-19 no Brasil aumentou na última semana, de acordo com boletim divulgado pela Fiocruz na quinta-feira, 13. Os dados apontam que as taxas de ocupação subiram em 21 estados e no Distrito Federal. Apenas em três houve redução. Os números acendem um alerta nas autoridades de saúde e indicam que a população deve continuar mantendo as medidas de controle da pandemia.
O Brasil passa por uma explosão de novos casos de covid-19, com a entrada no país da variante Ômicron, do coronavírus. Essa cepa é mais transmissível e já domina a maior parte dos casos registrados. Além disso, uma epidemia de gripe causada pelo vírus H3N2 também atinge parte da população. Já há vários relatos, inclusive, de pacientes que se infectaram com os dois vírus ao mesmo tempo.
A pesquisadora Margareth Portela, responsável pelo levantamento da Fiocruz, explica que os números variam muito tanto em função da ocupação quanto da disponibilidade de leitos. Dependendo da demanda, alguns estados abrem mais vagas conforme aumenta o número de pacientes. Ela também lembra que as UTIs costumam ser usadas para todas as Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs), o que inclui a covid-19 e a influenza.
“Em alguns lugares, é preciso que os gestores observem os planos de contingência. Pernambuco já aumentou um pouco o número de leitos. Outros estados ainda não”, diz.
O imunologista Bruno Filardi lembra que a Ômicron está infectando mais pessoas. Embora a proporção de casos graves seja menor, o número absoluto de internações pode subir muito e sobrecarregar o sistema. “É a onda com maior número de doentes, embora não tenha se refletido em internações”, afirma o médico.
Atualmente, o Brasil conta com 57.530 leitos de UTI e destinadas ao atendimento de casos de Covid-19. O número já foi maior, no auge da pandemia, em 2020. À época, vários estados montaram hospitais de campanha, na tentativa de ampliar a abrangência do atendimento.


O Ministério da Saúde informou que, no fim de 2021, cerca de 6,5 mil vagas foram redirecionadas para tratamento de pacientes com outras doenças. A medida foi tomada após debates envolvendo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
O fechamento das vagas se deu à medida que os casos mais graves começaram a reduzir. Os especialistas apontam que a vacinação foi fundamental para a queda nas internações. “Os infectados estão tendo uma manifestação mais leve. A gente não sabe o quanto isso é causa da Ômicron ou de pessoas vacinadas”, explica Filardi.
O médico Julival Ribeiro, chefe do departamento de infectologia do Hospital de Base de Brasília, diz que a Ômicron é menos grave, mas pode causar complicações, sobretudo em pacientes que não se vacinaram. “O grande mérito da vacina é que ela diminui o número de casos graves, mortes e hospitalizações”, diz.
Os especialistas consultados são unânimes em reforçar que as medidas de distanciamento, uso de máscaras, álcool em gel e a vacinação são imprescindíveis para que a pandemia permaneça controlada.
Sem colapso à vista
Margareth Portela é otimista com relação aos próximos meses. Apesar de existir o risco de novas variantes que sejam mais agressivas que a Ômicron, ela acredita que o sistema brasileiro está mais preparado e que dificilmente o país passará por uma onda de mortes semelhante à que foi vista entre os meses de março e junho de 2021.
“Falar de um colapso como a gente viveu no ano passado é dizer que tudo o que caminhamos até aqui foi em vão. Vamos ter a necessidade de reabertura de leitos. O perfil de internação deve ser diferente. No ano retrasado, a gente teve que montar leitos de UTI. Hoje, a gente tem uma parte desses leitos, que podem ser acionados ou realocados”, diz a especialista, que acompanha os números de internações desde o começo da pandemia.
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