Bets: BC não impede nada

Samuel Nunes
Publicada em 08/04/2025 às 13:10
Galípolo foi convidado para falar da fiscalização das bets, mas isso não é da alçada do BC Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Em audiência na CPI das Bets, no Senado, nesta terça-feira (8), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que a instituição vai supervisionar os bancos, para garantir que sejam capazes de detectar movimentações financeiras suspeitas feitas com as casas de apostas online. Essa movimentação pode chegar a 30 bilhões de reais por mês, de acordo com levantamento do BC.

"O BC vai supervisionar os procedimentos dos bancos para que eles possam encontrar essas movimentações e, posteriormente, informar à Polícia Federal ou outras instituições competentes", disse. Caso sejam detectadas ilegalidades, o banco ou fintech por onde dinheiro das bets passou será avisado para mudar suas políticas internas.

Os senadores convidaram Galípolo para falar sobre o que o BC pode fazer para fiscalizar as bets. Mas, por lei, a tarefa de fiscalizar o setor é uma atribuição exclusiva da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), do Ministério da Fazenda. Galípolo explicou isso logo no início da conversa, o que esvaziou a pauta.

A sessão foi fraca, com a presença de poucos senadores. Instalada em novembro, a CPI das Bets ainda não produziu um fato relevante sobre um tema espinhoso. O prazo de encerramento da CPI é 30 de abril, mas pode ser prorrogado.

Galípolo apresentou aos senadores um levantamento feito pelo BC, pelo qual os brasileiros gastam entre entre 20 bilhões de reais e 30 bilhões de reais por mês em apostas. O estudo foi feito a partir do início da atividade regulamentada, em janeiro, que obrigou as empresas de apostas a manter contas bancárias no Brasil.

No ano passado, o BC havia estimado esta movimentação em 20 bilhões de reais mensais. Àquela altura, quase todas as empresas funcionavam como offshores, sediadas em paraísos fiscais como Curaçao, Malta e Bahamas.

Galípolo explicou que o Banco Central até consegue aplicar algumas sanções a bancos e empresas de pagamentos, mas o trabalho é limitado pela legislação. Segundo ele, não cabe ao BC impedir ou limitar as operações financeiras de cidadãos que usam apostas para cometer crimes, como lavagem de dinheiro.

De acordo com Galípolo, o BC detectou que os bancos têm atribuído um risco de crédito maior a apostadores, o que pode dificultar a tomada de empréstimos e financiamentos.

Ex-presidente sente dores abdominais durante caravana pelo Nordeste e é internado

Leia Mais

Fome pelo mandato

11/04/2025 às 10:43

Deputado Glauber Braga, do PSOL, faz protesto para evitar a perda do mandato por agressão

Leia Mais

A fraude infinita

11/04/2025 às 09:00

Em ação de 400 milhões de reais, gestora busca recuperar prejuízos causados pela Infinity

Leia Mais

O cartel cambial

10/04/2025 às 16:51

Órgão determina a condenação de seis bancos por manipular valores de operações cambiais

Leia Mais

Após 12 meses tentando acordo, Senacon proíbe Hurb de vender pacotes de viagem com datas flexíveis

Leia Mais

Operação mira desvio de dinheiro da saúde e lavagem de prefeito tiktoker

Leia Mais

Ministro da Justiça defende no Senado a PEC que coloca o governo federal no combate ao crime

Leia Mais

As provas na UTI

09/04/2025 às 12:53

STJ suspende a validade de elementos usados contra médica acusada de matar pacientes em Curitiba

Leia Mais

Credores pedem falência e denunciam fraude para aprovar plano com deságio de 99% nas dívidas

Leia Mais

Após dois anos, ministro das Comunicações cai devido a denúncias de corrupção com emendas

Leia Mais

Governo entra em acordo para tirar velocidade do projeto sobre a isenção do Imposto de Renda

Leia Mais

Tatiane Carvalho reforça suspeita de que Guimar Alves usa laranjas como sócios para fugir de dívidas

Leia Mais

PGR denuncia ministro das Comunicações ao Supremo por desvio de dinheiro de emendas parlamentares

Leia Mais

Presidente do Banco Central será ouvido em investigação sobre apostas digitais no Senado

Leia Mais

Depois de ser criticado, Hugo Motta diz que anistia não é prioridade para o Brasil

Leia Mais