Lindôra na mira do Supremo
Os ministros Rosa Weber e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, estão atentos aos passos da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Duas decisões proferidas por eles na quinta-feira soaram como broncas a ela, e mostram como a relação institucional está desgastada.
Lindôra levou puxão de orelha de Moraes por insistir pela terceira vez no arquivamento de uma investigação que sequer começou devidamente. O ministro do STF deu 5 dias para que ela responda aos indiciamentos propostos pela Polícia Federal contra Bolsonaro, por ter relacionada a vacina contra covid com a Aids, no ano passado.
Moraes deixou explícito que não vai facilitar o encerramento da investigação: há pouco mais de um mês, ele permitiu que a Polícia Federal conduza as investigações do caso porque a Procuradoria Geral da República nada fez.
A segunda decisão, de Rosa Weber, até pareceu uma vitória para Lindôra, porque a ministra acatou pedido de arquivamento da pré-apuração sobre a reunião em que Bolsonaro mentiu a embaixadores sobre as urnas eletrônicas. Mas a medida foi tomada porque a análise estava tramitando “às escondidas” na PGR, com a desculpa de que seria um assunto interno.
Rosa explicou o óbvio à vice-procuradora-geral da República: não há possibilidade de iniciar qualquer apuração sem a fiscalização do Judiciário. “Incompatível, portanto, com o sistema jurídico-constitucional vigente no país, o desígnio ministerial de qualificar a presente notícia-crime como assunto de natureza interna corporis, a legitimar expedientes investigativos de trânsito meramente doméstico e, por isso mesmo, alheios à sindicância do Poder Judiciário”.
Não é de hoje que relação entre Supremo e Lindôra e o procurador-geral da República, Augusto Aras, está desgastada. Os problemas ocorrem sempre diante das manobras da PGR para protelar ou arquivar qualquer investigação que atinja Jair Bolsonaro.
Leia a decisão de Rosa Weber:
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