A vítima é o hospital
A Polícia Federal fez nesta quinta-feira (13) uma operação contra suspeitos de desviar dinheiro de emendas parlamentares destinadas ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul (RS). A ordem partiu do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 4.
Segundo as investigações, as emendas que beneficiaram o hospital partiram do deputado federal Afonso Motta, do PDT gaúcho. A PF afirma haver suspeitas de que um assessor do parlamentar tenha intermediado as negociações para a liberação de 510 mil reais.
Os alvos principais da operação foram Cliver Fiegenbaum, lobista e diretor da Fundação Estadual de Planejamento Urbano Metropolitano e Regional (Metroplan), e Lino Furtado, secretário de Motta. Os dois foram afastados dos cargos e tiveram bens bloquados pelo ministro Flávio Dino.
Também estão na mira da PF Leandro Diedrich, Celcio da Silveira Júnior, Agnaldo Machado Ferreira e Gilberto Gobbi. O quarteto, que atua no Hospital Ana Nery, também teve bens bloqueados por Dino.
Na decisão, o ministro não haver ainda qualquer prova contra o deputado. Mesmo assim, justificou a manutenção da competência para presidir o inquérito, já que tem se debruçado sobre casos de desvios de emendas parlamentares desde 2024.
De acordo com a investigação, com ajuda do quarteto que trabalha no hospital, Fiegenbaum e Furtado desviaram cerca de 510 mil reais dos mais de 1 milhão direcionados pelo deputado do PDT ao Ana Nery.
O dinheiro foi pago a uma empresa de Fiegenbaum, a CAF Representação e Intermediação de Negócios, por uma suposta prestação de serviços de consultoria e representação entre 2023 e 2024, mesmo período do encaminhamento do dinheiro público a pedido do deputado.
Os desvios foram corrobarados pela PF com base em notas fiscais, conversas de WhatsApp e interceptações telefônicas. Em um dos grampos, Cliver Fiegenbaum e Celcio da Silveira Júnior conversam sobre como seria a melhor forma de lavar o dinheiro. Fiegenbaum diz que o melhor caminho seria por meio de notas fiscais, mas que essa ideia depende da vontade de Silveira Júnior de "perder um pouco em imposto".
A sugestão foi dada por Fiegenbaum após Júnior dizer que pretendia adquirir um terreno, pois seu salário seria incompatível com os ganhos que teria tido e que seria ¨muito suspeito¨ pagar tudo em dinheiro vivo.
Em dezembro de 2024, Fiegenbaum foi alvo de ação da PF na Operação Rêmora, que investigou esquema de corrupção na compra de telas interativas para escolas no município de São Leopoldo. À época, o governo do Rio Grande do Sul optou por não afastar o diretor.
Leia a decisão proferida por Dino em 4 de fevereiro:
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