A Polícia Federal dos Brazão

Brenno Grillo
Publicada em 26/03/2024 às 19:00
Domingos Brazão tem muitos amigos policiais, sejam civis, militares ou federais. Foto: Alerj/Divulgação

Não é só nas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro que Chiquinho e Domingos Brazão têm influência. O poder dos irmãos também se estende à Polícia Federal no estado. O relatório da PF sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes mostra diversas ligações de policiais federais (da ativa e aposentados) com o deputado federal e o conselheiro do Tribunal de Contas.

Um dos policiais mais próximos dos Brazão é Gilberto Ribeiro da Costa. O agente aposentado é assessor de Domingos no TCE-RJ. Antes, ocupou o mesmo cargo no gabinete do então deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Para a PF, ele "era a porta de entrada para a Polícia Federal, visto ser amigo dos [agora ex-] delegados federais Hélio Khristian, Felício Laterça e Lorenço Pompilho, pois durante sua carreira policial teria trabalhado em datas distintas com os referidos delegados".

Essas informações foram retiradas a ação penal 936, apresentada pela Procuradoria-Geral da República ao Superior Tribunal de Justiça, para investigar corrupção no Tribunal de Contas. Gilberto também é investigado no caso. Antes de ser preso pela acusação de mandar matar Marielle, Domingos já havia sido detido duas vezes por indícios de desvios.

Khristian, Laterça e Pompilho são acusados de ajudarem a sabotar as investigações sobre os assassinatos de Marielle e Anderson. O trio indicou uma testemunha falsa para culpar o bicheiro Orlando Curicica e o vereador Marcelo Siciliano - dois rivais políticos dos Brazão.

Mesmo antes de todas as revelações sobre o caso Marielle, já havia suspeita dessa influência sobre a PF, porque a submetralhadora usada no crime foi roubada da Superintendência da instituição no Rio.

Dois aliados de Domingos, Jairo Helvécio Kullman e Flávio Furtado, foram superintendente e diretor regional executivo da PF no Rio. Há fotos do trio durante campanha eleitoral. Kulmann e Furtado são réus na Justiça por conta da operação Furacão, de 2007, que investigou a exploração de jogos de azar no Rio.

Outro investigado na operaração Furacão, o delegado da PF Júlio Rodrigues Billharinho, é irmão de Jorge Rodrigues Billharinho, que trabalhava no gabinete de Domingos na Alerj. Júlio, destaca a PF, até doou para campanha do então deputado estadual nas eleições de 2006.

Há ainda delegado federal aposentado Jomar Bittencourt, que já disputou as eleições de 2002, 2004, 2012 e 2018 com o apoio dos Brazão. No celular de seu filho, Jomar Júnior, alvo operação Élpis, foram descobertas mensagens com detalhes sobre a investigação do caso Marielle, como a prisão de Domingos, Chiquinho e Rivaldo.

Também "foram encontradas fotografias que reforçam o vínculo de 'Jomarzinho' com a família Brazão", de acordo com a PF. Veja abaixo, Jomar Júnior é o segundo da foto, no sentido da direita para a esquerda:

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