A disputa em Mato Grosso do Sul por uma vaga de desembargador no TRF-3

O conselho federal da OAB vai sabatinar no próximo dia 28 os indicados para uma vaga de desembargador no TRF-3. Os advogados escolherão seis nomes e vão enviá-los a uma nova votação, dessa vez pelos desembargadores do Tribunal Regional da 3ª Região. Os magistrados selecionarão três indicados para apresentar a Jair Bolsonaro, que escolherá o novo integrante da corte.

A lista sêxtupla da OAB será formada por três advogados de São Paulo e outro trio do Mato Grosso do Sul - estados que estão sob a jurisdição do TRF-3. Esse acordo informal na advocacia foi firmado para garantir a igualdade na disputa entre as duas unidades federativas e acalmar disputas políticas.

Isso se reflete bem no caso de Sandro Pissini. O advogado, por atuar bastante em São Paulo, é visto por alguns de seus adversários como um indicado mais paulista do que sul-mato-grossense. Pissini já foi acusado de participar de um esquema de compra de decisões envolvendo R$ 184 milhões em crimes tributários de um frigorífico representado por ele e instalado em Mato Grosso do Sul.

Foram investigados com o advogado os desembargadores do TRF-3 Nery da Costa Junior e Luís Stefanini, além do juiz auxiliar da presidência da Corte Gilberto Jordan. O caso levou ao afastamento de Nery, mas o CNJ o absolveu, assim como Jordan.

Stefanini teve a inclusão de seu nome no processo pedida pelo MPF, mas a solicitação foi negada. A investigação envolvendo Pissini foi arquivada por falta de provas.

Outro nome que já recebeu sua parcela de críticas foi Luiz Henrique Volpe, quando coordenou a equipe jurídica da CPI da JBS realizada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, em 2017. O motivo foi o valor pago ao advogado pelo trabalho: quase R$ 80 mil. Mesmo assim, ele é um dos concorrentes com maior apoio político, principalmente entre deputados estaduais. 

Há ainda José Trad, primo do deputado federal Fabio Trad, do senador Nelsinho Trad e do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad. O advogado terá contra ele, caso esteja entre os nomes levados a Bolsonaro, as críticas de Fábio ao governo bolsonarista e a estratégia do PSD (partido de todos os parentes citados) de ficar no governo enquanto flerta com o PT para as eleições deste ano.

Fechando a lista está José Maciel Sousa Chaves, juiz do Tribunal Administrativo Tributário do estado. Ele tem a seu favor a história construída por seu pai, o ex-presidente do Tribunal de Justiça de MS Joenildo Chaves.

Ao todo, nove advogados se inscreveram junto à OAB-MS para disputar a vaga do TRF-3. Confira a lista:

1. Almir Vieira Pereira Júnior;
2. Eloísio Mendes de Araújo;
3. José Belga Assis Trad;
4. José Maciel Sousa Chaves;
5. Luiz Henrique Volpe Camargo;
6. Silmara Domingues Araújo Amarilla;
7. Rodrigo Dalpiaz Dias;
8. Wilson José Gonçalves;
9. Sandro Pissini Espíndola.