A representação sem provas
O delegado da Polícia Federal Fábio Alvarez Shor, responsável pela petição que gerou os mandados de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas, agiu sem nenhuma evidência fática de tentativa de golpe ou de articulação séria contra o estado democrático de direito.
Isso fica claro no documento que ele encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, o qual determinou a expedição dos mandados. Em 12 páginas, o delegado cita apenas a reportagem feita pelo site Metrópoles, mostrando a troca de mensagens entre os empresários, cujo teor leva a crer que eles poderiam ser favoráveis a um golpe de estado.
Para o delegado, a expedição dos mandados se justificaria para que se pudesse ampliar o alcance dos temas que os empresários estavam conversando. Apesar de as palavras deles serem reprováveis, não é crime no Brasil defender opiniões em um grupo privado de mensagens, por mais estapafúrdias que sejam.
A peça de Shor falha ao apontar qualquer outro indício que poderia levar os empresários a empreender algum tipo de golpe real. Nas próprias mensagens divulgadas pelo Metrópoles, essa possibilidade não fica aparente.
Por isso, o delegado acredita que a busca e apreensão dos aparelhos celulares e a quebra do sigilo das mensagens de textos e outros dados na nuvem podem ajudar a esclarecer se havia intenções reais por trás dos textos.
Leia abaixo a íntegra da petição da PF
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