Lenta recuperação

O médico Cláudio Birolini afirmou nesta segunda-feira (14) que o ex-presidente Jair Bolsonaro deverá ficar internado por pelo menos duas semanas, em recuperação da cirurgia feita no domingo, em Brasília. Bolsonaro ainda está na UTI.

O procedimento de quase 12 horas foi o mais complexo dentre os seis pelos quais Bolsonaro passou desde o atentado a faca em 2018. O objetivo era reduzir aderências internas formadas no intestino, uma consequência comum em casos como o de Bolsonaro.

"O presidente tinha um abdome hostil, com muitas cirurgias prévias, aderências causando um quadro de obstrução intestinal. Uma parede abdominal bastante danificada em função da facada e das cirurgias prévias", disse Biroloni em entrevista coletiva nesta segunda.

Bolsonaro sentiu fortes dores abdominais na sexta-feira, quando fazia campanha por sua anistia no Rio Grande do Norte. Eram causadas por uma dobra no intestino, consequência dessas aderências, que obstruiu a passagem no intestino.

Segundo Birolini, o objetivo é que essa cirurgia seja definitiva, mas não há garantias de que Bolsonaro não possa ter novas aderências abdominais. "Todo paciente submetido à cirurgia abdominal tem aderências, em grau maior ou menor. Grande parte dessas aderências são assintomáticas, não causam nenhum problema", afirmou.

O ex-presidente está hospitalizado desde sexta-feira, quando saiu de uma carreata e foi levado para o hospital de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte. Horas depois foi transferido para Natal, onde passou a noite. No sábado, o ex-presidente foi encaminhado a Brasília e fez a cirurgia no domingo.

Birolini disse que Bolsonaro já vinha se queixando de dores abdominais menores há vários dias. Pelo quadro encontrado, os médicos acreditam que as aderências abdominais estavam se formando há vários meses. A extensão do problema foi o que levou à demora na cirurgia.

Nos próximos dois ou três dias, Bolsonaro receberá alimentação por soro, para reduzir a inflamação intestinal e na área onde a cirurgia foi realizada. A alimentação via oral deve ser restabelecida gradualmente.