Kassab se cacifa

Gilberto Kassab e Jair Bolsonaro estão mais próximos. O ex-presidente já não trata o secretário de Governo de São Paulo como um opositor. Na última conversa, no mês passado, os dois falaram sobre anistia - o assunto número zero de Bolsonaro - e 2026.

Kassab mira o governo de São Paulo. Quer ser o vice, caso o governador Tarcísio de Freitas decida disputar a reeleição. Caso Tarcísio deixe o cargo para concorrer à Presidência da República, Kassab quer seu apoio e o de Bolsonaro para ser candidato a governador do estado.

As conversas são iniciais. Mesmo inelegível, Bolsonaro não admite falar em qualquer outro candidato da direita à Presidência em 2026 que não seja ele mesmo. Sua estratégia é sustentar a candidatura até o fim da linha - sua condenação.

A postura de Bolsonaro é o obstáculo de Tarcísio. Para disputar a Presidência no ano que vem, o governador teria de começar a negociar apoios e preparar sua campanha desde já. Teria de renunciar ao cargo em abril de 2026, seis meses antes da eleição.

Nada disso é possível com a postura atual de Bolsonaro, que quase todos os dias diz que Tarcísio terá de esperar 2030. A cada dia que se mantém como candidato, Bolsonaro preserva algum poder, mas drena as chances de Tarcísio.

Uma fonte próxima de Tarcísio e de Bolsonaro disse ao Bastidor que a relação entre o ex-presidente e Kassab melhorou muito. O ex-presidente e seu grupo já não veem o presidente do PSD como um rival e o cortejam pelo apoio à anistia. Era o que o próprio Kassab e Tarcísio queriam.