A resistência a Pereira

 Marcos Pereira (Republicanos-SP) tentou nas últimas semanas uma aproximação com bolsonaristas de olho na eleição para presidente da Câmara em fevereiro de 2025. O deputado é candidatíssimo ao posto e tenta o aval de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No encontro com Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, Pereira ouviu que o partido oficialmente não tem nada contra a sua candidatura, mas que a bancada, principalmente a ala ligada a Bolsonaro, resiste ao seu nome. Valdemar prometeu tentar estreitar laços.

No PL, apesar da posição pública de ter candidato, nenhum parlamentar leva a sério o discurso do partido de entrar na disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara. Mesmo com a disposição de Altineu Côrtes (PL-RJ), internamente a bancada sabe que se trata mais de um blefe.

Hoje, segundo deputados bolsonaristas consultados pelo Bastidor, a tendência é votar em Elmar Nascimento (União Brasil-BA), caso a eleição se afunile entre ele e Pereira. Não está descartada, contudo, o surgimento de um terceiro nome capaz de unir a oposição e a base governista, como Doutor Luizinho (PP-RJ) ou Hugo Motta (Republicanos -PB)

A aproximação de Pereira com o governo, as críticas que fez a Bolsonaro quando o ex-presidente foi para os Estados Unidos e as posições favoráveis à regulação das redes sociais afastam o deputado dos bolsonaristas.

Elmar, embora enfrente uma resistência menor, também não é unanimidade no PL, partido de maior bancada na Câmara. Há uma certeza de que o método Lira de comandar a casa -com atropelos e muito a partir de sua vontade própria - seja potencializada com o parlamentar baiano.