A ordem do dia de Lula
A barbárie de domingo, em Brasília, permitiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva levar vantagem na tensa relação de seu governo com os militares. O governo recebeu apoio do Judiciário e do Legislativo. Por isso, nesta quinta, Lula fez suas mais incisivas declarações sobre os militares.
Em café da manhã com jornalistas, Lula disse que os militares não são o Poder Moderador que pensam ser, que não convocou uma Garantia da Lei e da Ordem porque poderia se transformar em um golpe militar, criticou veladamente o estilo negociador do ministro da Defesa, José Múcio, e disse que gente de dentro do Palácio do Planalto facilitou a entrada dos golpistas que vandalizaram o local.
O resumo de tudo isso é que Lula descartou o estilo conciliador de Múcio e fez um chamado direto como comandante das Forças Armadas. Disse claramente que não pode confiar nos militares e que eles não têm o poder que acreditam ter. Em síntese, impôs um limite ao avisar que quem manda é ele.
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