Panefone

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu as visitas ao tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, preso desde novembro por supostamente participar do plano de golpe de estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, e de seu vice Geraldo Alckmin. A decisão veio após um episódio inusitado envolvendo a irmã do militar, Dhebora Bezerra de Azevedo, que tentou entregar um panetone turbinado ao irmão.

No dia 28 de dezembro, Dhebora tentou levar uma caixa de panetone lacrada ao tenente-coronel, preso no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília. Ao passar por um detector de metais, o alarme foi acionado. Inicialmente, Dhebora disse que a caixa tinha apenas um fone de ouvido, mas, ao ser aberta, também foram encontrados um cabo USB e um cartão de memória. O material foi apreendido.

O Comando Militar do Planalto suspendeu as visitas da irmã ao tenente-coronel e informou Moraes sobre o ocorrido. Em resposta, o ministro determinou a suspensão definitiva das visitas ao militar e acionou a Polícia Federal para que tomasse as medidas necessárias.

Rodrigo Bezerra de Azevedo era membro do batalhão de Forças Especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos". Conforme apurações da PF, o militar era um dos integrantes do grupo no aplicativo Signal "Copa 2022", sob o codinome Brasil, que monitorou o ministro Alexandre de Moraes entre novembro e dezembro de 2022. Ele é uma das 37 pessoas indiciadas por tentativa de golpe de estado, juntamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier dos Santos.