O preferido dos empresários

Grandes empresas que fecharam acordos de leniência com o Ministério Público Federal e políticos do MDB que enfrentam processos criminais estão animados com a perspectiva de que o subprocurador-Geral da República Luiz Augusto Santos Lima seja escolhido pelo presidente Lula como sucessor de Augusto Aras.

Como o Bastidor revelou há um mês, Luiz Augusto tem apoio de grandes empresários - aqueles que desfrutam de relações fortes e históricas com Lula. Se o custo político não fosse demasiado alto, o presidente já teria reconduzido Aras, de acordo com dois interlocutores qualificados do petista. Em termos puramente políticos, Lula prefere Aras aos dois candidatos que se apresentavam como principais alternativas (Paulo Gonet e Antônio Carlos Bigonha). Aras canta a música anti-Lava Jato da maneira que Lula aprecia. Canta e cumpriu, em seus dois mandatos, o compromisso de destruir o combate à macrocriminalidade política e empresarial, com ou sem o selo "Lava Jato".

Luiz Augusto é uma evolução de Aras. São fortes suas relações com políticos do MDB do Senado - José Sarney é apenas um deles. O empenho deles em favor da nomeação de Luiz Augusto não é desinteressado. O mesmo vale para o lobby intenso dos empresários que querem "repactuar" acordos de leniência fechados com o MPF.

Outra opção na mesa do presidente é o subprocurador Aurélio Rios, ligado à pauta ambientalista e próximo do PT. A pessoas próximas, Lula diz que segue nas conversas com os candidatos porque ainda não decidiu quem será o próximo PGR. Alguns desses interlocutores acreditam no presidente; outros interpretam a demora como um movimento de Lula para diluir o alto custo de reconduzir Aras, caso, de fato, opte por um terceiro mandato dele.