O silêncio de Milton Ribeiro
Apesar da preocupação de auxiliares de que a prisão preventiva poderia levar Milton Ribeiro a “falar demais”, Jair Bolsonaro disse a aliados que confia no ex-ministro da Educação. Deu a entender que ser implicado não é uma preocupação. Conta com o silêncio dele.
Ribeiro foi preso logo cedo pela Polícia Federal, suspeito de participar de um esquema de "tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos" do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Ele atendeu inúmeras vezes no Ministério os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, suspeitos de operar um balcão de negócios na pasta. Os dois também foram presos.
Bolsonaro disse ter conversado com advogados e que Ribeiro "deve ser liberado" após a audiência de custódia. O temor de seus auxiliares, porém, é que, se pressionado, Ribeiro repita –ou avance– na fala de que “a prioridade” era atender as cidades comandadas pelos “amigos do pastor Gilmar” a pedido de Bolsonaro.
Na gravação divulgada em março pelo jornal Folha de S.Paulo , o então ministro da Educação afirmou: “A prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar.”
No entanto, em depoimento à Polícia Federal, dias depois, apesar de confirmar a fala, Ribeiro eximiu Bolsonaro: disse "que o presidente Jair Bolsonaro realmente pediu para que o Pastor Gilmar fosse recebido, porém isso não quer dizer que o mesmo gozasse de tratamento diferenciado ou privilegiado na gestão do FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação] ou MEC” e que “o Presidente da República jamais indagou o declarante a respeito da visita do Pastor Gilmar”.
É nessa fidelidade que se fia o presidente ao garantir que não será implicado pelo ex-ministro. Bolsonaro tentará, agora, se equilibrar entre se afastar de Ribeiro sem parecer que o está abandonando.
Logo cedo, como em outras ocasiões semelhantes, Bolsonaro procurou se afastar de Ribeiro. “Eu tenho 23 ministros, tenho mais de uma centena de secretários, mais de 20 mil cargos em comissão. Se alguém faz algo de errado, pô, vai botar a culpa em mim?”, disse.
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