A pobreza de Lula
O patrimônio do ex-presidente Lula declarado ao Tribunal Superior Eleitoral este ano é bem mais modesto do que as evidências reunidas no curso da Lava Jato apontaram.
À Justiça Eleitoral, Lula lista bens que somam cerca de 7,4 milhões de reais. O valor declarado este ano é um pouco menor do que o declarado por Lula em 2018. Na ocasião, o patrimônio oficial do ex-presidente somava aproximadamente 8 milhões de reais. (Lula chegou a se lançar candidato naquela eleição embora estivesse preso por uma das condenações por corrupção e lavagem de dinheiro pela Lava Jato.)
À época da investigação, as evidências indicavam que o petista havia acumulado cerca de 80 milhões de reais em pagamentos e vantagens indevidas ao longo de anos.
O bem de maior valor declarado por Lula em 2022 é uma aplicação em previdência privada, de 5,57 milhões de reais. Entre os imóveis, o maior valor é o de um terreno avaliado em 265 mil reais. Não é possível saber os detalhes desses e dos demais bens porque a Justiça Eleitoral entende que isso viola a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A diferença do valor declarado em relação às provas obtidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal pode ser vista nos imóveis. De acordo com as evidências, a lista de bens de Lula incluía, por exemplo, o tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo, avaliado em cerca de 1,5 milhão de reais.
O imóvel seria propina paga pelo dono da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, em troca de benefícios à empresa junto à Petrobras. A Justiça Federal confiscou o apartamento e o vendeu em um leilão.
Outro imóvel atribuído a Lula pela Lava Jato, com base nas provas produzidas no decorrer dos inquéritos, era o sítio em Atibaia. No papel, ele pertence ao empresário Fernando Bittar, sócio de um dos filhos do ex-presidente. No entanto, documentos e depoimentos de delatores mostraram que a Odebrecht e a OAS fizeram reformas avaliadas em 1,5 milhão de reais na propriedade - e descontaram esse montante das contas de propina que mantinham com o comando do PT.
Havia ainda um apartamento em São Bernardo do Campo, vizinho àquele que Lula morava. De acordo com evidências colhidas pela Lava Jato, o imóvel foi pago pela Odebrecht, após operações de lavagem, e valia cerca de 500 mil reais em 2017. Esse valor também foi descontado da conta de propina do PT junto à Odebrecht.
Pouco depois da condenação, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 9 milhões em depósitos de um plano de previdência privada, que também estava no nome do ex-presidente. Depois da morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, parte do valor foi liberado. Pertencia ao espólio dela e deveria ser dividido entre os herdeiros.
O presidente Jair Bolsonaro ainda não entregou sua declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral, para que seja possível comparar os valores declarados em 2018 e este ano.
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