As emendas a esmo
Antes de ser designada pela Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara a receber 88 milhões de reais, a Associação das Empresas Amigas do Jovem Aprendiz, de Aracaju, conseguiu receber cerca de 1,5 milhão de reais do Ministério da Cidadania. O dinheiro foi repassado por meio de quatro emendas parlamentares. Mas, aparentemente, nenhum deles sabe muito sobre a entidade.
A Andeaja, como o Bastidor mostrou, está registrada em uma casa no bairro Dezoito do Forte, na capital sergipana. O endereço de aparência humilde hospeda pelo menos outras dez empresas com atividades variadas. A associação não tem nem site.
Apesar da inconsistência cadastral, os deputados Bacelar (PV-BA), Bosco Costa (PL-SE), Vavá Martins (Republicanos-PA) e Joaquim Passarinho (PL-PA) encaminharam quatro emendas em favor da entidade.
Joaquim Passarinho afirmou que conheceu os programas realizados pela Andeaja no Congresso e buscou informações sobre a entidade no Ministério da Cidadania. Também disse que chegou a conhecer pessoalmente as atividades da entidade em três municípios do Pará.
Bacelar disse em nota que recebeu o pedido de uma liderança local de Paulo Afonso (BA), para onde os recursos foram direcionados e que as atividades estão em fase de implementação.
“No entanto, entendemos que não cabe ao gabinete iniciar as investigações quanto à veracidade das informações, uma vez que o Ministério da Cidadania conferiu a documentação da instituição e concluiu que toda documentação estava dentro da legalidade. Inclusive, que já tinha recebido verbas públicas em outras oportunidades”, disse Bacelar.
Vavá Martins e Bosco Costa foram procurados, mas não responderam ao contato feito pelo Bastidor.
No papel, a presidente da Andeaja é Carla da Silva Santos. Contudo, em Brasília, a entidade é associada à conciliadora da Justiça Federal Mafra Meris de Carvalho. Foi ela quem apresentou o pedido de emenda de 88 milhões de reais, aprovado na Comissão de Legislação Participativa da Câmara.
Mafra é investigada na Operação Bartimeu, da Polícia Federal, que apura desvio de verbas em convênios firmados por outra entidade que ela comanda e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A Andeaja não quis comentar comentar a ligação com Mafra Meris.
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